
Como é que um licenciado em Ciências do Desporto, pela Faculdade de Motricidade Humana, acaba a analisar jogos de futebol?
- Até comecei no ténis e dei aulas. A mudança dá-se em 2003, quando estagiei seis meses no Londrina Esporte Clube, no Brasil. Decidi especializar-me.
- Seguiu-se o Sporting?
- Sim. Fui estagiar para o Sporting e fui adjunto de Luís Gonçalves, nos iniciados. O Paulo Bento estava nos juniores e pediu mais informação sobre os adversários na fase final. As primeiras observações foram ao FC Porto, Benfica e Boavista, no campo da Pasteleira. Aí ficou-me o interesse pela análise
- Como ingressa no gabinete de 'scouting' do Sporting?
- Quando José Peseiro saiu, em 2005, o professor Pedro Caixinha continuou no Sporting e foi criado o gabinete de 'scouting'. Pedro Caixinha conhecia-me e convidou-me para estagiar. Na altura acompanhava os jogadores emprestados e auxiliava em algumas análises. Com a saída de Carlos Freitas, Pedro Barbosa colocou-me mais perto do futebol profissional e passei a ajudar no recrutamento de jogadores.
- Construíram do zero uma base de dados?
- Queríamos deixar uma base de dados para o futuro. Quando saí, tinha pelo menos cinco mil jogadores referenciados, com vídeos, perfis, observações, etc. Tínhamos uma lista de 'tops', onde sabíamos quem eram os melhores.
- Algum jogador chamou a atenção?
- Recordo-me do Dário Cvitanich, na altura no Banfield. Identificámos o jogador, mas foi para o Ajax. Hoje está no Pachuca, no México.
- Em que consite o trabalho de análise de adversários?
- Preparamos toda a informação para a equipa técnica sobre o adversário. O objectivo é utilizar os seus pontos fracos em nosso favor. De seguida é elaborado um relatório descritivo em papel. Segue-se um suporte digital, com compactos de imagens com situações de jogo. O importante é distribuir algo com que o treinador se sinta confortável.
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