Os olhos e os ouvidos de Mancini no M. City


Licenciou-se no mesmo curso de José Mourinho e, após uma experiência gabinete de 'scouting' no Sporting, foi contratado no início da época pelo Manchester City. Aos 30 anos, em Inglaterra, Pedro Marques está para Roberto Mancini como, em tempos, André Villas Boas esteve para Mourinho. Está época já analisou 30 adversários do City...

Como é que um licenciado em Ciências do Desporto, pela Faculdade de Motricidade Humana, acaba a analisar jogos de futebol?
- Até comecei no ténis e dei aulas. A mudança dá-se em 2003, quando estagiei seis meses no Londrina Esporte Clube, no Brasil. Decidi especializar-me.

- Seguiu-se o Sporting?
- Sim. Fui estagiar para o Sporting e fui adjunto de Luís Gonçalves, nos iniciados. O Paulo Bento estava nos juniores e pediu mais informação sobre os adversários na fase final. As primeiras observações foram ao FC Porto, Benfica e Boavista, no campo da Pasteleira. Aí ficou-me o interesse pela análise

- Como ingressa no gabinete de 'scouting' do Sporting?
- Quando José Peseiro saiu, em 2005, o professor Pedro Caixinha continuou no Sporting e foi criado o gabinete de 'scouting'. Pedro Caixinha conhecia-me e convidou-me para estagiar. Na altura acompanhava os jogadores emprestados e auxiliava em algumas análises. Com a saída de Carlos Freitas, Pedro Barbosa colocou-me mais perto do futebol profissional e passei a ajudar no recrutamento de jogadores.

- Construíram do zero uma base de dados?
- Queríamos deixar uma base de dados para o futuro. Quando saí, tinha pelo menos cinco mil jogadores referenciados, com vídeos, perfis, observações, etc. Tínhamos uma lista de 'tops', onde sabíamos quem eram os melhores.

- Algum jogador chamou a atenção?
- Recordo-me do Dário Cvitanich, na altura no Banfield. Identificámos o jogador, mas foi para o Ajax. Hoje está no Pachuca, no México.

- Em que consite o trabalho de análise de adversários?
- Preparamos toda a informação para a equipa técnica sobre o adversário. O objectivo é utilizar os seus pontos fracos em nosso favor. De seguida é elaborado um relatório descritivo em papel. Segue-se um suporte digital, com compactos de imagens com situações de jogo. O importante é distribuir algo com que o treinador se sinta confortável.

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