É tudo ou nada em 10 dias


Sem tempo para pensar no que ficou por liquidar, o Benfica calca com os dois pés no acelerador e é em grande velocidade que vem colhendo vitórias. As 14 consecutivas representam já um número vistoso, impressionante e com músculo para meter respeito - ou medo, como advoga Jorge Jesus - a qualquer adversário que se lhe cruze no caminho, mas o campeão sabe que os objectivos em agenda o pressionam para sair triunfante das próximas quatro batalhas a encarar em apenas dez dias. É que, neste intervalo de tempo, os encarnados jogam o futuro em três frentes, começando pelo campeonato - amanhã há dérbi em Alvalade -, passando pela Liga Europa - quinta-feira, em Estugarda, defendem a vantagem mínima assegurada em Lisboa (2-1) - e terminando na Taça da Liga - novo embate contra o Sporting, desta feita na Luz, para discutir o acesso à final. Pelo meio ainda há outro compromisso da Liga ZON Sagres, em casa, frente ao Marítimo, que esta época, refira-se, já tombou duas vezes aos pés dos comandados de Jesus. E se na Liga Europa um empate até pode merecer sorrisos, já no que diz respeito às contas da Liga - o sonho de revalidação do título é um dos pilares do ânimo do Benfica - só há campo para uma palavra: vencer. Porque a esta série segue-se a visita... ao terreno do Braga.
Em certa medida, o peso do calendário pode reflectir-se nas pernas e no andamento dos jogadores do Benfica. São três competições a que correspondem quatro finais, pois, neste pacote de jogos, o embate com os madeirenses tem de valer tanto como o braço-de-ferro com o Sporting - quanto mais não seja porque o descanso se resume a dois dias! -, pesem as diferenças impostas por uma rivalidade histórica que converte o grande dérbi lisboeta num duelo singular e de desfecho imprevisível. Só vencendo em Alvalade é que os encarnados repõem em oito pontos o atraso para o líder FC Porto - que, como se sabe, antecipou e ganhou a partida com o Nacional -, podendo depois continuar a subir aos relvados com o intuito de pôr carvão nas tentativas de pressão sobre o líder, visando possíveis deslizes que conduzam ao desalojamento do condómino que habita no ponto mais alto da classificação.
O desgaste é um factor de risco que Jesus tem de correr e, valha a verdade, não se importará de enfrentar. Também aqui a dimensão da força psicológica resultante das vitórias pode fazer muita diferença, pois ela constitui importante combustível para fazer face a eventuais debilidades que derivem do acumular de fadiga. Não menos relevante em ciclos de extrema dureza como este em que o campeão navega é ter ou não ter banco. E os elementos de segunda linha têm demonstrado ao treinador que pode contar com eles; até Felipe Menezes está a ter tempo e espaço para justificar oportunidades.

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