Domenech considera que os seus jogadores foram inconscientes no Mundial


O antigo seleccionador francês Raymond Domenech, em entrevista que será publicada esta quarta-feira pela revista gaulesa «L’Express», considera que os jogadores que fizeram greve durante o Mundial de África do Sul são «uma cambada de inconscientes».

«Após seis meses de silêncio o técnico veio a terreiro dar a sua versão dos factos daquilo que considera ter sido «a chacota do mundo».

«Cada vez que subia para o autocarro não havia ninguém. Naquela altura pensei que tinham enlouquecido e que não tinham dado por isso. Hoje reconheço que estava errado: sabiam perfeitamente o que estavam a fazer. Chegaram mesmo a correr as cortinas para não serem captados pelas câmaras», afirma Raymond Domenech, em entrevista que será publicada na íntegra esta quarta-feira.

«Com este recuo vejo-os sobretudo como uma cambada de inconscientes. Porque é que falo agora?! Porque toda a gente falou no meu lugar. Quero recolocar a verdade dos factos. Não sou o idiota que pintaram», acrescentou.

Na memória de todos está o comunicado lido pelo treinador no «motim de Knysna», quando os jogadores se recusaram a treinar.

«Há mais de uma hora que estávamos ali parados. Era necessário fazer alguma coisa e que alguém assumisse as suas responsabilidades para acabar com aquele espectáculo. Todas as câmaras estavam focadas em nós, centenas de crianças estavam presentes no recinto. Éramos a chacota do mundo», diz o treinador explicando o motivo pelo qual deu o peito às balas.

«Eu disse: basta! Ninguém queria ler o comunicado. Fi-lo eu. Se tivesse reflectido alguns segundos não o teria feito», afirma arrependido. Contudo o treinador assume os erros:

«Sejamos claros, cometi vários erros. Não soube escolher os bons jogadores nem as palavras certas. Não aceito as críticas políticas, nem as dos antigos jogadores convertidos em jornalistas, mas isso não impede que eu faça o meu próprio balanço.»

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