Viagem de uma bola de futebol até Alvalade


Francis Obikwelu (foto ASF)Quinze desportistas de topo comentam duelo entre leões e águias. O «derby» é de todos. 

A bola de futebol parou em todos eles, nuns casos foi mais bem tratada do que noutros; nalguns casos, repete-se, que por delicadeza nem diremos quais, a bola quase chorou de tanto mau trato, de tanta falta de jeito para a prática. Noutros nem por isso, dir-se-ia que quase sorriu. Houve praticantes de outras modalidades que mostraram jeitinho com ela no pé, pelo menos no que à difícil tarefa de dar meia dúzia de toques diz respeito. 

Porque, afinal, o certo é que ninguém lhe resiste: dar um toque numa bola que porventura nos coloquem à frente, que esteja ali à disposição, é tão necessário, quase tão instintivo, que o futebol, nessa altura, deixa de ser uma modalidade desportiva, passa a ser apenas um mero comportamento. 

Um encontro

O Sporting-Benfica continua a ser mais do que um jogo de futebol. É um encontro. E como tal, por mais afastados que os clubes estejam na tabela, mesmo que isso retire importância ao jogo, não lhe retira atenções, nem paixões. Um Sporting-Benfica é um jogo que resiste a qualquer diferença pontual, mesmo que actualmente os encarnados tenham mais 12 pontos do que os verdes e brancos.

A BOLA lançou o desafio a atletas portugueses de várias modalidades, uns do Benfica, outros do Sporting, e outros sem clube, mas todos eles com opinião sobre o jogo, sobre o momento das equipas. 

Recolheram-se prognósticos e, medindo as expectativas, parece que a maioria considera o Benfica favorito para este jornada.

Desde os craques Carlos Galambas e Obikwelu, do Sporting, a Sérgio Ramos, Nélson Évora e Telma Monteiro, do Benfica, passando pelo piloto portista Armindo Araújo - o único que optou por um empate na hora de adivinhar o resultado - ou pelos mais desconhecidos praticantes de snooker, matraquilhos, bowling e sumo, todos se interessam pelo jogo de amanhã e todos o verão. 

Á espera que comece

A bola terminou a sua viagem no relvado do Estádio José Alvalade. A BOLA deixou a bola mesmo no centro do campo, com as bancadas ainda vazias, sem ruído, sem jogadores nas redondezas. Uma bola no sítio certo, mas sem ninguém que a chute. Haverá coisa pior para uma bola do que ficar ali num campo de futebol sozinha, sem ter quem lhe ligue, quem a passe, quem a remate, quem a agarre? Ainda lá está, apostamos, à espera que cheguem as 20.15 horas de amanhã, para que comece o Sporting-Benfica, o derby que é de todos.

0 comentários: