«Estou lá! Mais uma vez» - Naide Gomes

Naide Gomes chegou à zona mista tranquila. Sem qualquer sinal de nervosismo, após uma qualificação tremida para a final do comprimento dos Europeus de pista coberta, que hoje se realiza. 

«Estou lá! Mais uma vez», disse, feliz, a campeã europeia em pista coberta em 2005 e 2007 e vice-campeã mundial no ano passado, que abriu o apuramento com 6,33 m - saltando bem longe da tábua -, melhorou para 6,46,mas só ao terceiro salto assegurou a passagem, com 6,58, 7.ª marca entre as oito finalistas.

«Senti o apuramento ameaçado, claro, isso acontece sempre. Sei que foi um risco vir [esteve três semanas sem saltar devido a lesão no pé de chamada], mas estando cá, é para lutar», sublinhou a atleta, referindo que sentiu algum «medo das dores» e que precisa «ganhar confiança». «A ligadura no pé limita os movimentos... Mas, por estranho que pareça, estive muito concentrada. Agora tenho de ganhar confiança e aguentar a dor», foi explicando, dizendo considerar «complicadíssima» a conquista de uma medalha, apesar de manter a esperança. «Acredito sempre! E estou cá para lutar, mas já ganhei muitas medalhas na pista coberta e nada tenho a provar», sublinhou.

Durante a qualificação, o nome de Naide foi oscilando na lista: um salto a 6,60 m daria o apuramento directo - seis atletas conseguiram-no, incluindo a russa Darya Klishina, segunda europeia de 2011 e uma das candidatas ao título -, e a portuguesa teria mesmo de melhorar na terceira tentativa para conquistar mais uma final. Chegou aos 6,58 m, tirou as sapatilhas e olhou para as bancadas, onde estava o treinador, Abreu Matos - tinha sido o suficiente.

O mesmo não aconteceu com Anna Nazarova... Líder europeia com 6,89 m, saltou 6,57 em Paris e foi a primeira a ficar fora da final. Certa é a consagração de nova campeã, já que a estónia Ksenija Balta, ouro há dois anos, abdicou dos Europeus devido a lesão. 

Além de Klishina, a Rússia estará representada por Yuliya Pidluzhnaya, a melhor de ontem, com 6,74 no primeiro salto.