
O Benfica venceu o Marítimo por 2-1, num jogo impróprio para cardíacos, que revelou, mais uma vez, o grande poderio dos “encarnados”. Contra tudo e contra todos, os jogadores de Jorge Jesus demonstravam uma enorme vontade e conquistaram os três pontos de uma forma mais do que justa.
Os campeões nacionais apresentaram um onze sem grandes surpresas, com Jardel a surgir no lugar de Sidnei (castigado) e com Javi García a voltar a ocupar a posição de médio defensivo, depois de ter ficado de fora do jogo europeu frente ao Estugarda.
O encontro começou com um ritmo elevado e com os pupilos de Jorge Jesus a assumirem as despesas do jogo, com várias oportunidades de golo nos primeiros 20 minutos. O primeiro lance de perigo surgiu logo aos dois minutos, com Saviola a tentar surpreender Marcelo, que colocou de forma defeituosa a bola em jogo. O gesto técnico acabou por sair por cima.
Aos seis minutos, o argentino voltou a ter uma boa ocasião, com Salvio a trabalhar bem na direita, a centrar para o centro da área para Cardozo, que assistiu Saviola na perfeição, mas que só não teve sucesso devido a um corte “in extremis” de um defensor insular. Na sequência do pontapé de canto, Óscar Cardozo apareceu solto ao segundo poste e viu o seu cabeceamento ser desviado por um adversário.
O Marítimo esteve recolhido à defesa nos minutos iniciais e só conseguiu chegar à baliza de Roberto aos dez minutos, com o avançado, Baba, a rematar rasteiro à figura

Os cantos continuavam a causar o pânico na área do Marítimo e aos 21 minutos, Luisão saltou mais alto que toda a defesa e rematou de cabeça com muita violência, para defesa por instinto de Marcelo. Volvidos dez minutos, houve um lance duvidoso na grande área dos insulares. Maxi trabalhou bem na direita e quando centrou a meia altura, Roberge cortou a bola com o braço. O árbitro Vasco Santos não descortinou nenhuma irregularidade.
A última ocasião de golo do primeiro tempo voltou a pertencer à equipa campeã nacional. Fábio Coentrão apostou na velocidade, “puxou” dois defesas e assistiu na perfeição Gaitán de calcanhar, que entrou na área e rematou com o pé direito, levando a bola a embater, caprichosamente, no poste da baliza defendida por Marcelo.
No recolher aos balneários, o nulo podia ser considerado injusto, tais foram as oportunidades criadas pelo Benfica. A estratégia do Marítimo era clara e ia obrigar os “encarnados” a pressionarem bastante na etapa complementar, de forma a conquistarem os desejados três pontos.
Entrada fulgurante
O Benfica entrou com tudo no segundo tempo, com Aimar a bater um livre na zona frontal, para defesa apertada de Marcelo. A pressão ia aumentando e o Marítimo ia descendo cada vez mais as suas linhas, co

Aos 57 minutos, Vasco Santos amarelou Aimar, por suposta simulação, e de seguida, perdoou o segundo cartão a Rafael Miranda que rasteirou Salvio. Critérios estranhos, por parte da equipa de arbitragem nomeada para esta 21.ª jornada da Liga portuguesa.
Quando jogam contra o Benfica, já são normais as grandes exibições dos guarda-redes e Marcelo não fugiu à regra. Com o relógio a indicar os 64 minutos, Cardozo bateu um livre descaído para o lado direito e, mais uma vez, Marcelo demonstrou bons reflexos, ao efectuar uma defesa difícil para a linha de fundo.
O sector ofensivo não desistiu e continuou a produzir bons lances de futebol. Aos 74 minutos, na sequência de um lançamento lateral longo de Maxi Pereira, Saviola desmarcou-se no segundo poste e atirou forte, com o esférico a embater nas malhas laterais da baliza do Marítimo. Poucos minutos depois deste remate e contra todas as expectativas, o Marítimo chegou ao golo. Canto do lado direito e Djalma a cabecear com êxito, para um golo totalmente injusto.
Os campeões nacionais nunca desistiram e chegaram ao empate a dez minutos do apito final. Fábio Coentrão arrancou na esquerda e centrou rasteiro para o segundo poste, com Salvio a finalizar de um ângulo apertado. A vitória era possível! O massacre “encarnado” instalou-se e Kardec (que entrou para o lugar de Gaitán) cabeceou com selo de golo, mas Marcelo, outra vez, efectuou uma defesa completamente impossível, com a bola a bater ainda na barra. A injustiça pairava no ar...
O árbitro Vasco Santos voltou a estar em destaque em cima do minuto noventa, ao anular um golo a Luisão, por suposta falta de Cardozo sobre Marcelo. Acreditava-se que a justiça ia aparecer. Em cima do minuto 94 e depois de muita insistência, Fábio Coentrão recebeu a bola na área e num grito de revolta, chutou com o seu pé direito para um golo que levou o Estádio da Luz ao rubro.
Mais importante que este golo há que realçar a atitude de todo o grupo, que juntamente com os 55 mil adeptos do Benfica nunca deixaram de acreditar na justiça do futebol. Este triunfo nasce do querer e da vontade do Sport Lisboa e Benfica. Na próxima jornada segue-se a visita ao reduto do Sporting de Braga.
O treinador do Benfica, Jorge Jesus, elegeu o seguinte onze: Roberto, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Fábio Coentrão, Javi García (Carlos Martins 85’), Gaitán (Kardec 72’), Salvio, Aimar (Franco Jara 68’), Saviola e Cardozo.
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